Pinto da Costa

Pinto da Costa: Largos dias têm 30 anos...
Autor: João Pedro Silveira
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2012-04-17 11:23:12


Poucos presidentes - em Portugal será caso único - se podem orgulhar de ouvir o seu nome ser entoado a plenos pulmões, pelos adeptos do seu clube, jogo após jogo, nos diversos campos do país.

A realidade é que Pinto da Costa é um caso raro de unanimismo dentro do seu clube, um caso único na história do futebol nacional. Amado pelos portistas, idolatrado pelas massas populares da «Cidade Invicta» afetas ao clube, o dirigente máximo do clube azul e branco está para o FC Porto como Eusébio estará para o Benfica e a sua liderança icónica e carismática transformou para sempre o seu clube e o equilíbrio desportivo em Portugal.
Fora da Invicta, em casa dos rivais, Pinto da Costa representa como que uma personificação diabólica de uma figura maquiavélica, odiada por muitos, temida por outros tantos, não haverá um adepto rival que lhe seja indiferente . 
Amado ou odiado, tem por certo o seu lugar marcado na história e será difícil encontrar um português que não tenha opinião formada sobre ele.
Filho da burguesia portuense

Jorge Nuno Pinto da Costa durante um ato eleitoral em meados dos anos 70
Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa nasceu no seio de uma tradicional família burguesa, na freguesia de Cedofeita, cidade do Porto, a 28 de dezembro de 1937.
Depois dos estudos primários e de aulas privadas em casa de inglês e de francês vai estudar para o famoso Colégio Jesuíta das Caldinhas, em Santo Tirso, onde nunca se deu bem com a dura disciplina dos clérigos, demonstrando desde cedo um génio e rebeldia difíceis de conciliar com a obediência acrítica.
Dececionado com a vida académica, acaba por não seguir o caminho do seu irmão, não continuando os estudos, abdicando da possibilidade de ingressar na universidade, para voltar ao Porto, onde inicia a vida profissional, ajudando nos negócios da família.
Ouvir Calabote pelo rádio
Anos antes, ainda na infância, descobrira o amor da sua vida, a paixão avassaladora pelo FC Porto. Guiado pelo seu tio, assistiu ao primeiro encontro dos azuis e brancos contra o SC Braga e mais tarde estaria entre os adeptos que se deslocaram a Torres Vedras para acompanhar o jogo da última ronda que podia dar o título aos portistas, numa tarde de sol, drama e muito suspense... 
Trata-se da famosa tarde em que enquanto o FC Porto vencia o Torreense por 0x3, na Luz, o Benfica vencia a CUF por 7x1, com a famosa arbitragem de Inocêncio Calabote, que ainda hoje provoca acaloradas discussões.
Entre a multidão, o jovem Jorge Nuno foi um dos muitos que sofriam, com os olhos no relvado e os ouvidos colados ao rádio. A situação atingiu picos de dramatismo durante os doze minutos que mediaram entre o fim da partida em Torres Vedras e o apito final em Lisboa, tendo sido este momento, na opinião do próprio, um dos mais marcantes na sua formação futebolística, no qual chorou de alegria pela vitória do seu clube.
De jogador a dirigente

Na sua juventude, como guarda-redes do Sporting Clube Coimbrões, um clube de Vila Nova de Gaia
Entretanto ainda jogou futebol no Infesta e foi guarda-redes de leão ao peito, no Sporting de Coimbrões, um clube de Vila Nova de Gaia, antes de se tornar dirigente do FC Porto pelas mãos de Cesário Bonito, como chefe da secção de hóquei em patins. Tinha então 35 anos.
Do hóquei patinado passou para o de campo e mais tarde para o pugilismo, onde se tornaria diretor durante o consulado de Afonso Pinto de Magalhães. Foi nessa altura que conheceu Reinaldo Teles, futuro companheiro de luta e que era então um dos pugilistas do clube.
Ao futebol chegaria por indicação de Américo de Sá, em 1976, para chefiar o departamento de futebol, num período difícil em que o clube não festejava nenhum campeonato desde a famosa tarde de Torres Vedras em 1959. 
«Largos dias têm cem anos...»
Ao lado de Américo de Sá e com Pedroto como seu treinador lançou-se à conquista do Campeonato, há tantos anos longe das Antas, festejado em 1977/78.
Seguiu-se o bicampeonato e o tri acabaria por escapar perto do final da época para os leões, provocando o estalar do verniz entre Américo de Sá e Pinto da Costa, que se vê afastado do clube com a denúncia pública do seu estilo truculento e a desproporção dos seus ataques a Lisboa, na opinião de Américo de Sá.
As palavras do Presidente caem mal na nação portista e Pedroto e demais equipa técnica saem do clube em solidariedade com Pinto da Costa, enquanto 14 jogadores entram em greve, recusando-se a apresentar-se nas instalações do clube, treinando-se na praia, sozinhos.
Na cidade corriam rumores de que seria Pinto da Costa que estava por detrás dos revoltosos mas todos os envolvidos no caso o ilibaram, acabando por se saber que eram os jogadores que custeavam os treinos. 

Jorge Nuno Pinto da Costa (esq.) e José Maria Pedroto (dir.): os dois obreiros do FC Porto que dominou o panorama desportivo nacional a partir do final dos anos 80
Eram os dias do «Verão Quente» na invicta, onde as emoções vividas na zona das Antas, e um pouco por toda a cidade, elevaram a temperatura a valores bem mais altos do que as habituais provocadas pela canícula dos meses de verão.
A «Guerra Civil azul e branca» acalmaria em Agosto de 1980. Oliveira saía do clube, Gomes era vendido, Octávio voltava para a sua Palmela. Sem os principais líderes do balneário a cabeça da rebelião estava cortada, Américo de Sá reforçava o seu poder, mas a verdade é que a sua era tinha os dias contados...
Senhor Presidente
O FC Porto de Stessl - o treinador que veio substituir Pedroto - passou à história ganhando apenas uma Supertaça, e em 1982 Pinto da Costa voltava ao clube pela porta grande, recebido como herói e tornando-se no 33.º presidente do clube, após vencer as eleições.
Com um já debilitado «Zé do Boné» no banco, Jorge Nuno Pinto da Costa inicia uma revolução no clube e por arrasto no futebol (e desporto) nacional, lançando as bases de um FC Porto de dimensão europeia.
O primeiro grande troféu ganho durante a sua presidência seria simbolicamente conquistado pela secção de hóquei em patins que venceu a Taça das Taças, mas seria no futebol que o FC Porto se tornaria num clube reconhecido mundialmente. 
À conquista da Europa: de Basileia a Viena
Em 1984, com Pedroto já muito doente e incapaz de acompanhar a equipa, o FC Porto perde a final da Taça das Taças, mas a máquina de sucesso do clube estava lançada. No princípio do ano seguinte, José Maria Pedroto perde a sua batalha com o cancro, provocando enorme comoção na nação portista e em Jorge Nuno Pinto da Costa, profundamente comovido por perder o amigo, e companheiro de luta.

Com Artur Jorge (dir.) segurando a Taça dos Campeões Europeus, conquistada com uma brilhante vitória por 2x1 sobre o Bayern München
Mas o FC Porto de Pinto da Costa, à imagem de Pedroto, sabia fazer da fraqueza a sua força e recuperou para ser campeão no final dessa época, depois de, numa jogada de mestre, Jorge Nuno contratar o jovem Paulo Futre ao Sporting.
Com Futre, Gomes, João Pinto e Madjer o FC Porto conquistou o bicampeonato e abriu as portas da Taça dos Campeões de 1986/87, que terminaria com a vitória em Viena, na noite do mágico calcanhar de Madjer.
Seguiram-se a Supertaça europeia e a Taça Intercontinental e em Lisboa os rivais assistiam como que paralisados à ascensão do rival nortenho. O FC Porto desbrava o caminho, assumindo-se como uma força emergente do futebol do continente.
Em Portugal os azuis e brancos, que entretanto passaram a ser conhecidos como dragões, tomaram de assalto o poder e deixaram o Benfica e o Sporting quase restringidos ao papel de meros observadores das glórias portistas.
Entre 1995 e 1999 o clube conquistou o «pentacampeonato», ultrapassando o tetra dos famosos «Cinco Violinos» do Sporting, feito que nem o grande Benfica de Eusébio havia conseguido.
Um Porto de honra
Na viragem do milénio dois títulos do Sporting e um do Boavista pelo meio marcaram a pior fase do seu reinado à frente do clube das Antas.

José Mourinho iniciou no FC Porto e com Pinto da Costa o caminho da glória que o transformou no mais aclamado treinador mundial
Mas seria ainda no ano do último título leonino que Pinto da Costa, em mais um golpe de visão, contratou José Mourinho, que fora demitido do Benfica e recusado pelos sportinguistas, treinando então a União de Leiria e iniciando mais uma era dourada dos dragões.
Enquanto o clube ia contruindo o novo Estádio do Dragão, Mourinho formava uma equipa em volta de Deco, Ricardo Carvalho, Jorge Costa e Vítor Baía, conquistando o campeonato de forma imperial, além da Taça de Portugal e regressando aos sucessos na Europa, vencendo a Taça UEFA.
Um ano depois, além de novo campeonato, aquele que viria a ser o Special One, liderou os dragões à conquista da Liga dos Campeões, com um claro 3x0 sobre o Mónaco na final.
Apito Dourado
Apesar da glória na liga das estrelas, as nuvens negras aproximavam-se sob a forma do «apito dourado», um megaprocesso de investigação sobre a corrupção de árbitros e dirigentes do futebol nacional.
Depois de ter sido constituído arguido Jorge Nuno Pinto da Costa viria a ser indiciado pelo crime de corrupção desportiva. Acossado por uma forte campanha que envolveu um livro, da autoria da sua ex-companheira Carolina Salgado, e um filme, que alimentaram discussões e debates e que dividiram a opinião pública do país, Jorge Nuno Pinto da Costa pugnou desde cedo pela sua inocência e do seu FC Porto.
No decorrer dos trâmites, e com o processo em andamento que conduziria ao julgamento, o FC Porto viu-lhe ser retirados seis pontos na secretaria, mantendo o título de campeão, e Pinto da Costa foi suspenso por dois anos.
Durante o verão de 2008 a UEFA, após queixa apresentada pelo Vitória de Guimarães e pelo Benfica, excluía provisoriamente o clube das competições europeias. Mas o FC Porto contestou e pouco tempo depois voltava ser readmitido na Liga dos Campeões, iniciando a viragem da maré para o clube, que veria mais tarde o seu Presidente ser ilibado das acusações no caso «apito dourado» e recuperaria os pontos perdidos na secretaria.
Mais vitórias
Resolvidos os problemas na barra do tribunal, Pinto da Costa, que nunca perdera o norte, liderou o clube à conquista do «tetra», entre 2005 e 2009.
Depois de voltar a ficar em terceiro lugar pela segunda vez no seu mandato, no campeonato de 2009/10, foi buscar André Villas-Boas para liderar o barco portista, em mais uma jogada que se revelou brilhante.

Com Villas-Boas, em Manchester, num jogo da Liga Europa (2012) ©Catarina Morais
Mais uma época de domínio avassalador, com o FC Porto a acabar a Liga pela primeira vez sem sofrer nenhuma derrota, conquistando o seu 25.º campeonato, além da Taça de Portugal e da Supertaça e coroando tudo isso com o triunfo na Liga Europa, o sétimo troféu internacional do clube.

Sete campeonatos nacionais, quatro Taças de Portugal, duas Supertaças é o pecúlio que o FC Porto acumulava até Pinto da Costa se tornar presidente do clube em 1982. Três décadas depois, o FC Porto não só ultrapassou e deixou o Sporting para trás, como igualou o Benfica e ultrapassou-o em vitórias e troféus em 2011.
Campeonato atrás de campeonato o FC Porto de Pinto da Costa tornou-se uma máquina conquistadora de troféus, conseguindo resultados nunca antes atingidos por outro clube em qualquer outra era, ao ponto de nenhum dirigente no Mundo ter alcançado mais títulos do que ele.

+MUSEU: PINTO DA COSTA, UM PRESIDENTE PARA SEMPRE!

Publicado às 11:01 a 22 Fevereiro, 2012 por    ·   13 Comentários
O HOMEM
A 28 de Dezembro de 1937, a cidade Invicta recebe aquele que será, mais tarde, considerado um verdadeiro símbolo da cidade, para todos os portuenses e portistas. Nasce Jorge Nuno Pinto da Costa.
Pinto da Costa, como é habitualmente conhecido, nasceu no Porto, fruto do casamento de José Alexandrino Teixeira da Costa com Maria Elisa Bessa Lima de Amorim Pinto. Deste casal, e antes do seu divórcio, nasceram, ainda, outros quatro filhos: José Eduardo, Maria Alice, António Manuel e Eduarda.
Pinto da Costa termina o ensino primário no colégio Almeida Garrett, período escolar que complementa com aulas particulares de Francês e Inglês. Aos 10 anos de idade, muda de estabelecimento de ensino e passa a frequentar um colégio jesuíta, em Santo Tirso, o Instituto Nun`Álvares, também conhecido por Colégio das Caldinhas.
É no Banco Português do Atlântico, aos 19 anos, que ingressa no mercado de trabalho, tendo sido, nesta instituição bancária, colega de Artur Santos Silva. É por esta altura que Jorge Nuno Pinto da Costa inicia o seu primeiro contacto com o FC Porto, mantendo, no entanto, o seu emprego no banco e trabalhando, mais tarde, como vendedor de tintas e resinas, até se dedicar inteiramente ao cargo de Dirigente de Futebol, no clube do Dragão.
Concluída a sua formação escolar no colégio, em Santo Tirso, Jorge Nuno regressa ao Porto e, aqui, reencontra uma amiga de infância, filha de um amigo da família. Manuela Carmona Graça, de seu nome, após vários anos longe de Pinto da Costa, arrebata-lhe o coração e torna-se sua namorada. A relação de ambos estende-se por vários anos, ao longo dos quais, Manuela termina a sua licenciatura em Educação de Infância, em Coimbra, tendo prosseguindo estudos na Universidade de Karlsruhe. No seguimento da sua formação profissional, Manuela é convidada para trabalhar na Alemanha, onde consegue, também, emprego para Pinto da Costa. O amor ao FC Porto já, aqui, falou mais alto e, não querendo afastar-se do clube, este recusa a oportunidade e pede a namorada em casamento.
Jorge Nuno Pinto da Costa e Manuela Carmona Graça dão o nó, em Abril de 1964, e deste casamento nasce o primeiro e único filho do casal, Alexandre, três anos mais tarde, em 1967. No entanto, o matrimónio com Manuela não perdura e, em 1985, Pinto da Costa volta a apaixonar-se, desta vez, por Filomena Morais. Desta união, nasce, em 1987, a filha Joana. Só em 1997, Pinto da Costa oficializa o divórcio da sua primeira e, até então, legítima esposa, Manuela, após trinta e três anos de casamento.
Também esta segunda união não trilha os caminhos da felicidade e, já em pleno séc. XXI, separa-se de Filomena e assume namoro com Carolina Salgado, relação, esta, que viria a terminar em 2005, sob grande controvérsia.
Em Outubro de 2007, Pinto da Costa surpreende tudo e todos ao casar-se, pela segunda vez, com Filomena Morais, naquela que foi uma cerimónia relâmpago e inesperada. Filomena afirma “estar a viver um sonho” e sente esta segunda união como “sendo para a vida”. Mas como o que não tem remédio, remediado está, e a par do que aconteceu no passado, também esta segunda aproximação do ex-casal, saiu lograda, quando, em 2010, Pinto da Costa aparece em público e em clima de romance com Fernanda Miranda, uma brasileira de 23 anos. Foi na estreia da peça Mendes.Come, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, que o, até então, casal foi fotografado, assumindo-se, assim, a relação de ambos, a qual durava já há alguns meses.
Jorge Nuno Pinto da Costa publicou, em 2005, a sua autobiografia, “Largos Dias Têm Cem Anos”, prefaciada por Lennart Johansson, presidente da UEFA entre 1990 e 2007. Pinto da Costa destaca-se pela sua carreira de sucesso enquanto dirigente do FC Porto, clube pelo qual se dedicou a lutar desde que assumiu a sua presidência, em 1982, já lá vão 30 anos.
A CARREIRA:
PINTO DA COSTA E O FC PORTO: A SINCRONIA PERFEITA
DE ADEPTO A DIRIGENTE
Sócio do FC Porto, desde os 16 anos, inscrito em Dezembro de 1953 pela avó materna, Pinto da Costa, desde tenra idade, assume ser um adepto fervoroso e sempre atento à actividade do FC Porto. Aos 8 anos, e na companhia do seu irmão José Eduardo, assiste, no Campo da Constituição, ao seu primeiro jogo do FC Porto, partida na qual os Dragões defrontaram o Braga. O seu interesse pelo futebol é enraizado pelo seu tio, Armando Pinto, também ele, entusiasta da bola e que fora presidente do Famalicão. Foi, precisamente, este seu tio que lhe pagou os ingressos para o referido jogo.
Após ter terminado a sua formação escolar, em Santo Tirso, Pinto da Costa regressa à cidade Invicta e passa a acompanhar religiosamente os jogos do FC Porto, particularmente, os de futebol e hóquei em patins. É o estatuto de adepto presente e conhecedor do dia-a-dia do clube que lhe vale, aos 20, um convite para ocupar o lugar de vogal, dentro da modalidade de hóquei em patins. A proposta é-lhe endereçada pelo responsável pela secção do hóquei, a qual Jorge Nuno aceita, prontamente. Foi esta a rampa de lançamento que permitiu a Pinto da Costa trilhar os caminhos do sucesso, dentro do FC Porto. Ora vejamos:
Pinto da Costa assume a chefia da secção de hóquei em patins, no ano de 1962, cargo, este, que acumula com o de chefe da secção de hóquei, em campo. Cinco anos mais tarde, portanto em 1967, passa também a chefe da secção de boxe. É nesta modalidade que Pinto da Costa conhece e trava amizade com Reinaldo Teles, na altura atleta da modalidade.
 Afonso Pinto de Magalhães convida Pinto da Costa, em 1969, a integrar a sua lista, na qualidade de director das modalidades amadoras. Desta forma, Jorge Nuno, assume, pela primeira vez, um cargo eleito, no Dragão, de 1969 a 1971. No final deste mandato, recusa um outro convite, feito por Américo de Sá para se candidatar com ele, por considerar que este candidato deveria apresentar-se, para as eleições em questão, com uma lista renovada.
 Segue-se, aqui, um período de afastamento entre Pinto da Costa e FC Porto, na medida em que passam   alguns anos sem que este tenha desempenhado funções dentro do clube. Mas como, por vezes, as grandes decisões são tomadas em consequência de pequenos estímulos e/ou situações inesperadas, também o retorno de Pinto da Costa ao Dragão, seria despoletado, imagine-se, por uma picardia de amigos. É no ano de 1976, fruto de uma provocação vinda de alguns amigos seus, entre os quais alguns boavisteiros, em que se comentava o facto do FC Porto ter, na iminência de um contrato, deixado escapar o jogador Amarildo para o Boavista, que Pinto da Costa decide voltar ao dirigismo desportivo. Em reposta aos apupos dos seus amigos, Pinto da Costa responde:“LARGOS DIAS TÊM CEM ANOS”. Estas palavras ditam o percurso que viria a percorrer daqui para a frente no FC Porto e traduz a mudança que o seu retorno ao Dragão, preconizaria na vida do clube azul e branco. Afirmação de peso para a carreira do nosso Presidente e que deu, por isso, título, em 2005, à sua primeira autobiografia. No seguimento desta confraternização, Pinto da Costa contacta Américo de Sá e compromete-se a integrar a sua lista nas eleições seguintes, desta vez, na qualidade de director do departamento de futebol.
É ao lado de Américo de Sá que Pinto da Costa assume o cargo de director do futebol e volta ao dirigismo portista. É, então, que Pinto da Costa acerta, mesmo antes das eleições, o regresso de José Maria Pedroto ao FC Porto, na altura, ainda treinador do Boavista. Jorge Nuno regressa, assim, ao cargo de dirigente do FC Porto, desta vez eleito, em Maio desse ano.
Foi com o trio Américo de Sá, na presidência, Pinto da Costa, director do futebol, e Pedroto, com treinador, que o FC Porto, em 1977-78, conseguiu por fim ao jejum de 19 anos sem vencer um campeonato nacional. Contudo, o final da década de 70 revelou-se um período amotinado para o FC Porto, que resultou, novamente, na saída de Pinto da Costa e Pedroto, do clube, já em 1980.
O PRESIDENTE
Os anos que se seguiram à década de 70, período conturbado para o Dragão, não correram, também eles, muito bem. Aspirando mudanças profundas na estrutura do FC Porto, um grupo de sócios une-se com o único objectivo de convencerem Pinto da Costa a se candidatar à Presidência do clube. A resposta não foi imediata, mas a sua paixão pelo FC Porto e o apoio declarado e persistente dos seus sócios, levam Pinto da Costa a aceitar o desfio e a convidar Pedroto para voltar à condução da equipa portista. Sem qualquer oposição, Jorge Nuno Pinto da Costa vence as eleições de 17 de Abril de 1982, tornando-se o 33º presidente do FC Porto.
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente felizes e conhecereis o sabor da vitória.” Pinto da Costa (1982)
Mas não só no futebol Pinto da Costa é Rei! A sua competência, capacidade estratega e astúcia espalham-se, também, a outras modalidades do clube portista. Também em 1982, a modalidade de Hóquei em Patins – a qual Pinto da Costa dirigiu, em 1962 – que não tinha conquistado, ainda, qualquer título, desde a sua fundação, em 1955, vence a Taça das Taças, trampolim para um percurso dourado que se prolonga até aos dias de hoje. De volta ao futebol e ao ano de 1984, o FC Porto chega à sua primeira final Europeia de futebol, na Taça das Taças, contra a Juventus, da qual sai derrotado por 2-1. Em 1987, vence a Taça dos Clubes Campeões Europeus e a Taça Intercontinental, e depois a Supertaça Europeia relativa à mesma época, já no início de 1988. A década de 90 seria gloriosa para o futebol portista graças à conquista de oito campeonatos, cinco deles consecutivos – o Penta, feito inédito no futebol português. Já no século XXI o clube azul e branco aumentaria o seu palmarés internacional, vencendo a Taça UEFA em 2003 e a Liga dos Campeões em 2004 sob o comando de José Mourinho e a Taça Intercontinental do mesmo ano já com Victor Fernandez. No ano de 2009 conquista o segundo tetra campeonato da sua presidência e da história do clube, com a equipa sob o comando de Jesualdo Ferreira. Já em 2010/2011, Pinto da Costa e FC Porto viriam a conhecer a glória mundial. O Presidente com a atribuição do prémio carreira, tendo sido considerado o melhor presidente do ano, e o Clube, através de uma série de conquistas que fizeram cair ao seus pés, todos os olhos do futebol mundial. Nesta época, já sob o comando de André Villas-Boas, o Porto volta aos títulos e à sua soberania desde os anos 1980, vencendo o 25º Campeonato Nacional, invicto, e desta vez em casa do seu maior rival, o Sport Lisboa e Benfica. A 18 de Maio de 2011 venceu o sétimo troféu internacional e quinto europeu, a Liga Europa da UEFA de 2010-11, derrotando na final por 1-0 o SC Braga, no Aviva Stadium em Dublin, naquela que foi a primeira final europeia entre duas equipas portuguesas. O FC Porto conquistou ainda, em 2010-2011 – a época de ouro – um novo pleno nacional, vencendo os campeonatos nacionais de Futebol, Basquetebol, Andebol e Hóquei em Patins.
Na Presidência do FC Porto, cadeira que assume desde Abril de 1982, este Homem do Norte – como tantas vezes faz questão de frisar – estava longe de pensar que iria conquistar a hegemonia do futebol nacional.
Do FC Porto de então dizia-se que sofria do «complexo da Ponte da Arrábida», que começava a perder logo que saía dos limites portuenses.
«Lisboa não pode continuar a colonizar o resto do País. O desejo deles é que o FC Porto desça de divisão».
Esta é uma das suas frases famosas e traduz claramente a profunda rivalidade, entre os dois grandes clubes da capital e o da cidade Invicta, enraizado desde o dia que o FC Porto, sob o comando de Pinto da Costa venceu o seu primeiro título nacional, em 1979, com José Maria Pedroto, um dos seus grandes ideólogos, como treinador. Depois, foi um sucesso sem precedentes, que tornou o clube na maior referência, à escala internacional, na maior referência do futebol luso.
Pinto da Costa contabiliza, já, no seu currículo 2 Ligas dos Campeões; 2 Taça UEFA/Liga Europa; 2 Taças Intercontinentais; 1 Supertaça Europeia; 18 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão; 12 Taças de Portugal e 18 Supertaças.
«O mapa do futebol português foi virado de pernas para o ar. O domínio dos clubes lisboetas foi apagado», diz Lennart Johansson, antigo presidente da UEFA, no prefácio que aceitou escrever para a autobiografia de Pinto da Costa, intitulada “Longos Dias Têm Cem Anos”.
Nascido a 28 de Dezembro de 1937, portanto um Capricónio – dizem as cartas astrais, que as pessoas que nascem neste signo são determinadas e perfeccionistas), Pinto da Costa, ou o «Papa», como há muito é conhecido nos meandros do futebol português, é de facto uma personagem única e não menos fascinante. Quer se goste ou se odeie – com ele é mesmo uma questão de opostos – ninguém lhe nega o adjectivo de «brilhante». Frontal como poucos, com um sentido de humor apurado e ao mesmo tempo mordaz, o homem que um dia se tornou dirigente do FC Porto como chefe de secção de hóquei em patins, tornou-se incontornável na história do Desporto português. E não só. Um dia, depois da vitória na Taça dos Campeões Europeus, Cavaco Silva disse mesmo que «o País devia ser gerido à imagem do FC Porto».
Olhando bem para os mandatos do actual presidente azul e branco há claramente quatro fases bem distintas que espelham bem a evolução da própria postura de Pinto da Costa dentro da organização. Os primeiros anos do mandato – já depois dos títulos conquistados com Américo de Sá e do inesquecível Verão Quente nas Antas – foram pautados pela mesma política desportiva que tinha unido Pinto da Costa a José Maria Pedroto. Confrontação directa com a FPF e os clubes de Lisboa, dinamização da massa associativa (nasce a primeira claque oficial, a revista do clube, rebaixa-se o estádio das Antas) e reforço desportivo da equipa. A morte de Pedroto (e mais tarde de Morais, que muitos viam como o seu sucessor natural), abre a porta a um novo mandato. Agora com Artur Jorge no banco, Pinto da Costa perde a única figura que lhe poderia fazer sombra junto dos adeptos. Começa a presidencialização do clube, onde todos os títulos, contratações e ataques aos rivais giram à volta da figura de Pinto da Costa. A crispação com Lisboa atinge o seu auge assim como as conquistas desportivas europeias. Um período que se alastra até 2003, com o auge no Penta campeonato logrado entre 1995-1999. Pinto da Costa chega a liderar a Liga de Clubes e torna-se na primeira referência do dirigismo nacional. Com a chegada de José Mourinho ao banco das Antas a situação altera-se. O clube vem de três anos negros e o técnico de Setúbal consegue em dois anos tudo o que havia para ganhar. Pela primeira vez desde os dias de Pedroto a figura do presidente é suplantada pela do técnico. A saída conflituosa e a consequente limpeza de balneário da herança de Mourinho espelham bem o carácter do, já considerado por muitos, presidente de futebol “modelo”.
Pinto da Costa: “Em 1987 senti que não íamos parar”

Por altura da Final da Supertaça europeia, em 2011, que opôs FC Porto e Barcelona, jogo disputado no Mónaco, a UEFA convidou Pinto da Costa a recordar as conquistas europeias da equipa portista.
A música que Carlos Tê escreveu para celebrar o título de campeão nacional do FC Porto em 2005/06 começa exactamente com “desde a chama acesa em Viena”. Foi precisamente em Viena, em 1987, que o FC Porto conquistou a primeira Taça dos Campeões Europeus, com um triunfo frente ao Bayern Munique. Desde essa conquista, Pinto da Costa sentiu que já ninguém iria parar o FC Porto. “O título de 1987 foi muito importante porque o FC Porto estava a começar a impor-se a nível nacional. Porém, internacionalmente nem sequer tínhamos conseguido passar a fase de qualificação da Taça UEFA. Claro que trouxe uma grande alegria e senti, naquela altura, que não ia parar. Sentia que iríamos conseguir mais títulos, algo que felizmente viemos a ter. Foi um momento especial, porque tivemos uma campanha fantástica na Taça dos Campeões Europeus”, afirma o Presidente dos Dragões.
Quinze anos depois da conquista de Viena, Sevilha passou a ser outra cidade com glória para os dragões. Foi na cidade espanhola que o FC Porto conquistou a primeira Taça UEFA da história do futebol português. “Foi importante, acima de tudo porque a conquista de 1987 era uma memória distante, já tinham passado 15 anos. Conquistar aquela prova, depois de eliminar a Lázio nas meias-finais, foi muito importante, porque colocou o FC Porto novamente ao mais alto nível. Começámos a ser olhados de outra forma, com os nossos jogadores a serem seguidos pelas equipas mais fortes do mundo, pelas mais ricas, como o Chelsea e o Barcelona. Foi uma vitória muito importante”, frisa Pinto da Costa.
Quando parecia que o FC Porto já tinha atingido o limite, eis a glória de Gelsenkirchen, em 2004, com nova conquista da Liga dos Campeões, o troféu que Pinto da Costa havia pedido a Mourinho.“No início da época tive uma longa conversa com o Mourinho, durante a qual ele disse que essa equipa tinha ganho tudo: a Liga e a Taça UEFA. Na altura o sucesso dependia da mentalidade dos jogadores. Um mês depois sentia que equipa estava motivada, com espírito ganhador. Começámos a ver equipas a serem eliminadas e acabámos por acreditar que podia ser possível”, concluiu.
Sem contestação e com votos de louvor, os adeptos portistas aplaudem a decisão de Pinto da Costa se recandidatar à presidência do FC Porto para o triénio 2013/15. Se for reeleito, no final do 13º mandato completará 33 anos à frente dos desígnios do clube, uma longevidade-recorde a nível nacional e que deixa o líder portista no terceiro lugar mundial. Apenas o mítico presidente do Real Madrid, Santiago Bernabéu (35 anos), e o “dinossauro” dos presidentes, Jean-Claude Hamel do Auxerre (46 anos), estiveram mais tempo à frente de um clube.
Sardoeira Pinto: “Obra realizada em 30 anos fala por si”
Sardoeira Pinto, presidente da mesa da Assembleia Geral do FC Porto, também não se mostrou surpreendido com a recandidatura de Pinto da Costa, a quem não poupou elogios. “Só estava à espera que o fizesse publicamente e fiquei satisfeito. O FC Porto e o presidente identificam-se totalmente. A obra realizada ao longo de quase 30 anos fala por si. As direcções escolhidas levaram o clube aos píncaros e é isso que os sócios querem”, referiu. Por isso, acredita que o FC Porto vai continuar a ter sucesso. “Ele é um homem de apostas ganhas. Não duvido que vai apresentar uma equipa valorosa e ganhadora ao nível do que já nos habituou.” Da mesma forma que acredita que o futuro museu será o mais visitado da cidade. “Vai ser um chamariz de turistas e de gente que vai identificar ainda mais o clube à cidade”, concluiu.

PINTO DA COSTA RECEBE PRÉMIO CARREIRA
Jorge Nuno Pinto da Costa é o presidente do Futebol Clube do Porto desde 1982, sendo considerado o grande responsável pelos êxitos nacionais e internacionais do clube desde então. Depois de uma carreira de 30 anos à frente dos desígnios do FC Porto, o nosso Presidente atinge a glória e vê ser reconhecido, a nível internacional, o sucesso, quase que anormal, da sua presidência. Foi eleito o melhor presidente do ano de 2011 e galordoado, no Dubai, com o troféu “Globe Soccer Award”, entregue, em mãos, por Fabio Capelo. Pinto da costa foi distinguido pela sua prestação à frente dos destinos dos dragões, em que conseguiu o maior número de títulos internacionais, neste início do século XXI. Prémio carreira que surgiu como merecido presente na comemoração do seu 74º aniversário.
Pinto da Costa defendeu, no Dubai que “os grandes da Europa olham para o FC Porto reconhecendo-lhe qualidades”. Na mesma altura, o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, aconselhou os clubes a concentrar atenções no exemplo do FC Porto, a propósito da sua capacidade de selecção e desenvolvimento de jogadores.” “O FC Porto é o clube com mais títulos conquistados no século XXI, tendo ganho, neste período, quatro troféus internacionais”, observou Pinto da Costa, que participou como prelector num painel subordinado ao tema “Visto de Cima”.
O Presidente dos dragões discursou na sexta edição da Conferência Internacional de Desportos, na qualidade de especialista na conjugação de êxito desportivo com negocial. Pinto da Costa agradeceu em nome pessoal e do clube e no final, à SIC, mostrou-se orgulhoso pela prenda de aniversário. “Tem um significado especial”, vincou.
Há um ano, na primeira edição da gala “Globe Soccer Award”, havia sido Adriano Galliani, do Milan, a merecer tal distinção. Desta vez, o italiano fez parte do júri desta edição, ao lado de nomes como Augusto César Lendoiro, Albertini, Luís Figo ou Fabio Capello, que acabou por entregar a distinção. No decurso da gala, o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, aconselhou os clubes a olharem para o FC Porto, a propósito da sua capacidade de descobrir talentos e desenvolvê-los até patamares de classe internacional. Pinto da Costa respondeu e enunciou os nomes de Hulk, James Rodríguez e Iturbe como exemplos e sucessores da “quantidade de ex-portistas a representarem agora as mais competitivas equipas da Europa”, vincou.
O discurso realçou ainda o facto de os dragões serem “o clube com mais títulos conquistados no século XXI, tendo ganho neste período quatro troféus internacionais” e lembrou que nem só de jogadores os portistas se orgulham. “Treinadores como José Mourinho, André Villas-Boas e até Jesualdo Ferreira e Fernando Santos, que nunca tinham sido campeões antes de chegarem ao FC Porto, apresentam agora carreiras que muito nos honram”, disse, a propósito de um tema denominado “Visto de Cima”, sobre o qual também falaram o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, Gianni Infantino, e o presidente da Associação Italiana de Agentes de Futebol, Giovanni Brannchini. “Os grandes da Europa olham para o FC Porto e reconhecem-lhe qualidade”, disse também, o líder dos dragões perante a concordância de toda a plateia.
O QUE OS OUTROS DIZEM DE PINTO DA COSTA
Jean-Michel Aulas, presidente do Lyon
Mais Futebol, 16/11/2011
“Pinto da Costa é um negociador irredutível. O fair play financeiro vai prejudicar os clubes mais irredutíveis a negociar. Se há mais compradores, há mais vendedores. Se existirem mais negociadores como o Porto, será mais difícil vender.”
Guardiola, treinador do Barcelona
Mais Futebol, 25/08/2011
“É uma honra para nós jogar com uma equipa das mais poderosas do mundo. O F.C. Porto ataca com intensidade e não sai para o ataque por sair, sai para o fazer bem. Tem boa capacidade de chegar à frente e criar perigo.Tem jogadores que sabem jogar futebol, tem um sentido de futebol bem definido, jogado por atletas inteligentes, que sabem o que estão a fazer e que passos devem dar. Por isso obrigaram-nos a estudá-los bem e a prepararmo-nos da melhor forma. Pinto da Costa sabe montar as suas equipas.
Pinto da Costa coloca os jogadores no mercado e todas as grandes equipas da Europa os querem. Todas. Por isso também os queria a todos: Helton, Rolando, Guarín, Moutinho, Hulk, Varela… O F.C. Porto é a equipa que mais títulos nacionais ganhou nos últimos anos e isso mostra a sua força. Quando vemos o F.C. Porto jogar, percebemos que eles fazem tudo bem.”
Bernard Lacombe, conselheiro do presidente do Lyon nas contratações
O Jogo, 31/01/2011
“O respeito pelo trabalho do FC Porto é enorme. Vão buscar jogadores desconhecidos que se tornam rapidamente conhecidos. Depois conseguem projectá-los de um dia para o outro e acabam por vender a um preço espectacular, o que só prova que devem ter um excelente departamento de prospecção.”
Bernd Schuster, treinador alemão
Mais Futebol, 20/10/2010
“O FC Porto é uma fábrica de futebol. Descobrem bons jogadores em clubes pequenos, vendem-nos e conseguem ser sempre constantes. O sistema assenta numa boa equipa e os jogadores dão sempre uma boa resposta.”
Ferenc Meszaros, antigo guarda-redes do Sporting
Ionline, 11/08/2010
“Para eles, é tudo um jogo. Do princípio ao fim. Por isso é que ganham quase sempre tudo. Pelos jogadores, pela estrutura, pelo futebol, pelo presidente. Mas quem é que não gostaria de ter um presidente como o Pinto da Costa? Por favooor. Dizem mal dele mas, no fundo, até desejavam um líder igual ou parecido na forma de cativar tudo e todos através do discurso, da acção, do método.”
Christian Constantin, presidente do FC Sion
Le Nouvelliste; 16/07/2009
“O modelo a seguir é o FC Porto. O clube não está situado na capital de Portugal, não dispõe de meios financeiros para competir com os clubes ingleses, espanhóis ou italianos e todas as épocas é obrigado a vender alguns dos seus melhores jogadores mas continua competitivo na Liga dos Campeões. Aprecio bastante o trabalho deles. É muito bem feito.”
Didier Deschamps, treinador do Marselha
O Jogo; 08/07/2009
“Já na altura (final da Liga dos Campeões, que perdeu contra o FC Porto, quando orientava o Mónaco) o FC Porto tinha inúmeros jogadores de qualidade, como Maniche, Deco, Carvalho, Derlei, Costinha, por exemplo. Hoje, o FC Porto continua a ser uma fábrica de bons jogadores. Trabalham imenso na prospecção e na formação e isso dá os seus frutos. Com certeza que têm bons jogadores no plantel, mas não nos podemos esquecer que vivemos num quadro económico que nos impede de realizar os nossos sonhos todos. O presidente do FC Porto sabe o que tem. É uma pessoa com ‘metier’, muita experiência, duro a negociar.”
Tiago, jogador da Juventus
Mais Futebol; 12/06/2009
“O F.C. Porto tem tido mais força pelas opções que faz e pela coesão que apresenta. Tem uma organização fantástica. Como tem participado, com regularidade, na Liga dos Campeões, ganha mais dinheiro que os outros e tem mais possibilidades de comprar bem e melhor. Isso acontecia também com o Lyon, que chegou aos quartos-de-final e conseguiu fazer melhores equipas – menos este ano.”
José Eduardo Bettencourt, Administrador da Sad do Sporting
O Jogo; 22/05/2009
“ Espero ficar no Sporting, com a longevidade e saúde de Pinto da Costa
O FC Porto tem um modelo eficiente de poucas pessoas, mas ambiciosas, trabalhadoras, que põem os interesses do clube acima de tudo, com uma pessoa que manda. Todos sabem qual é.“
Jardel, antigo jogador do FC Porto
Mais Futebol; 13/05/2009
“O presidente Pinto da Costa continua a fazer um excelente trabalho. Conheço bem aquela casa, é natural o Porto ser campeão porque mostra dedicação, dificilmente perde pontos fora de casa e isso conta muito. O Porto vai continuar a ser assim até que venha um clube que se torne igual ao Porto para quebrar esse tabu. Vai ser bom para o futebol português.”
José Leite Pereira 
JN; 15/04/2009
“O FC Porto poderia ser um modelo para outros clubes nacionais. Mas eles preferem partir do princípio de que no FC Porto tudo é falso, porque tudo é comprado. Ano após ano, a realidade desmente-os, mas eles vivem e alimentam essa mentira. Muitos desses terão acordado hoje desejando que os diabos de Manchester esmaguem o FC Porto, mal cuidando que os portistas estão numa fase da prova a que eles ou nunca chegaram ou já nem se lembram de ter chegado, independentemente do facto de, como sucede há anos, as vitórias portistas até abrirem portas.”
Zahovic, ex. jogador do FC Porto
Record 10/03/2009
“Quem passa pelo FCPorto fica com uma ligação muito forte ao clube, porque os adeptos e as pessoas são espectaculares e fazem tudo para que sejamos felizes.”
JN 11/2008
“O FC Porto tem grande capacidade de organização e tem Pinto da Costa, o presidente dos presidentes – não permite que toquem nos elementos do grupo de trabalho. Se alguém o faz, Pinto da Costa é o primeiro a defender e a dar a cara.”
Jorge Valdano, antigo director desportivo do Real Madrid
O Jogo 24/05/2008
“Não me surpreende que uma boa gestão termine a conseguir bons resultados desportivos. É impossível uma equipa competitiva dentro de um clube desorganizado. O FC Porto é o reino da organização e daí para baixo estão os outros.”
Rodolfo Moura, trabalhou como fisioterapeuta no FC Porto
Diário de Notícias, 18.04.2008
“Jorge Nuno Pinto da Costa, por tudo quanto fez pelo futebol nacional, não devia ser tão injustiçado. Não merecia isto e estou convicto de que lhe estão a ser imputados actos que não cometeu. Tenho por ele uma enorme estima e uma enorme admiração. E confio plenamente nele.”
Sergei Iuran, foi jogador do Benfica e do FC Porto
A Bola, 2/2008
“No Dragão há disciplina e rigor. No FC Porto sente-se o espírito de família. Quando a união é uma realidade no dia-a-dia o sucesso está quase sempre garantido. E aí o FC Porto não dá hipóteses à concorrência. Quando estive nas Antas, o presidente deslocava-se ao balneário inúmeras vezes para falar com os jogadores, incentivando e apoiando ao máximo o plantel. No dia que cheguei ao Porto, Pinto da Costa disse-me: «neste clube todos trabalham com o objectivo de ganhar e só depois estão autorizados a pensar em dinheiro. Se tens esse espírito, muito bem, és bem-vindo. Tens dois dias para pensar nisso e só depois assinas contrato»”.
Ivic
O Jogo, 2/2008
“O FC Porto tem uma estabilidade criada pelo seu presidente. Os presidentes são como os jogadores e, como Pinto da Costa, não há igual na Europa. Ele sabe escolher os jogadores, formando uma equipa forte, e pegar num simples treinador e fazer dele um técnico de classe mundial. Exemplos não faltam.”
Kulkov, jogou no FC Porto
31/03/2007
“Pinto da Costa era e penso que ainda é muito importante para equipa do FC Porto. O clube tem muita sorte em tê-lo como presidente.”
Erwin Staudt, presidente do Estugarda
DN, 11/2007
“O FC Porto tem sucesso na Europa. Mas para o conseguir abriu os horizontes, formou talentos e vendeu-os bem. É uma boa forma de trabalhar. No mundo dos negócios, é muito normal olhar para o que os outros fazem bem e aprender com eles. No futebol, porém, fazer isso parece um sinal de fraqueza. Não é. É um sinal de força.”
OBRAS DE PINTO DA COSTA:
FEITOS IMPORTANTES
  • inserção de publicidade nas camisolas do FC Porto, sendo o primeiro clube português a fazê-lo, em 1983
  • criação da Loja Azul, em 1983, hoje uma cadeia de lojas
  • criação da Revista Dragões em Abril de 1985
  • criação dos prémios Dragão de Ouro em 1986
  • rebaixamento do relvado do Estádio das Antas, aumentando a capacidade das bancadas para 90.000 espectadores, em 1986 (o posterior encadeiramento das bancadas, nos anos 90, voltaria a reduzir a lotação do estádio para 50.000)
  • criação da secção de desporto adaptado em 1986
  • criação da FC Porto, Futebol, SAD, e da FC Porto, Basquetebol, SAD, em 1997
  • construção do Estádio do Dragão, inaugurado em 2003
  • remodelação do Campo da Constituição (agora denominado Vitalis Park)
  • construção do Dragão Caixa, inaugurado em 2009.
OS GRANDES NEGÓCIOS DO FC PORTO
Falcao: comprado por 5,5 milhões, vendido por 40
Anderson: comprado por 5 milhões, vendido por 31,5
Pepe: comprado por 2 milhões, vendido por 30
Carvalho: canterano vendido por 30 milhões
Quaresma: comprado por 6 milhões, vendido por 24,5
Lisandro: comprado por 6,7 milhões, vendido por 24
Bruno Alves: canterano vendido por 22 milhões
Deco: vendido por 21 milhões
Bosingwa: vendido por 20,5 milhões
Paulo Ferreira: vendido por 20 milhões
Lucho González: comprado por 10,2 milhões, vendido por 19
Maniche: vendido por 16 milhões
Cissokho: comprado por 300.000 euros, vendido por 15 milhões
Raúl Meireles: vendido por 13 milhões
Seitaridis: comprado por 3 milhões, vendido por 10
Luis Fabiano: comprado por 3,5 milhões, vendido por 10

PALMARÉS DA PRESIDÊNCIA DE PINTO DA COSTA

Futebol (56 Títulos)

  • 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus/Liga dos Campeões (1987 e 2004)
  • 1 Supertaça Europeia (1987)
  • 2 Taça UEFA (2003) Liga Europa (2011)
  • 2 Taças Intercontinentais (1987 e 2004)
  • 18 Campeonatos Nacionais (cinco deles consecutivos, de 1994 a 1999, constituindo um marco inédito no futebol português)
  • 12 Taças de Portugal
  • 18 Supertaças Cândido de Oliveira
  • 1 Liga Intercalar

Andebol (17 Títulos)

  • 6 Campeonatos Nacionais
  • 3 Taças de Portugal
  • 3 Taças da Liga
  • 5 Supertaças

Basquetebol (26 Títulos)

  • 5 Campeonatos Nacionais
  • 11 Taças de Portugal
  • 5 Taças da Liga
  • 4 Supertaças
  • 1 Torneio dos Campeões

Hóquei em Patins (57 Títulos)

  • 2 Taças dos Campeões Europeus (1986 e 1990)
  • 2 Taça das Taças (1982 e 1983)
  • 2 Taças CERS (1994 e 1996)
  • 1 Supertaça Europeia (1987)
  • 20 Campeonatos Nacionais (os últimos 10 consecutivos, constituindo recorde absoluto em Portugal)
  • 13 Taças de Portugal
  • 17 Supertaças António Livramento

Voleibol (4 títulos)

  • 2 Campeonatos Nacionais
  • 2 Taças de Portugal

Outras modalidades

  • Natação
    • 17 Campeonatos Nacionais de Clubes
  • Atletismo
    • 1 Campeonato Nacional de Clubes em pista coberta (Femininos)
  • Ciclismo
    • 1 Título de Campeão (individual) da Volta a Portugal
    • 2 Títulos de Campeão (colectivo) da Volta ao Algarve
  • Bilhar
    • 2 Medalhas de Prata na Liga dos Campeões Europeus (3 Tabelas)
    • 5 Medalhas de Bronze na Liga dos Campeões Europeus (3 Tabelas)
    • 15 Campeonatos Nacionais de Clubes (3 Tabelas)
    • 7 Taças de Portugal de Clubes (3 Tabelas)
    • 6 Supertaças Nacionais de Clubes (3 Tabelas)
    • 1 Campeonato Europeu de Clubes (Pool)
    • 9 Campeonatos Nacionais de Clubes (Pool)
    • 13 Taças de Portugal de Clubes (Pool)
    • 8 Supertaças Nacionais de Clubes (Pool)
  • Boxe
    • 4 Títulos
  • Halterofilismo
    • 2 Títulos
  • dezenas de títulos nas camadas jovens das diversas modalidades






    Pinto da Costa reconduzido na SAD dos "dragões"

    A FC Porto Futebol SAD reconduziu hoje, em Assembleia Geral, praticamente todos os seus quadros nos órgãos sociais, cujo Conselho de Administração (CA) continua a ser presidido por Jorge Nuno Pinto da Costa.
    No quadro de cinco administradores do CA, apenas Rui Vieira de Sá é novidade, substituindo, com carácter não executivo, Jaime Lamego Lopes, permanecendo Adelino Caldeira, Angelino Ferreira e Reinaldo Teles, além do presidente.
    Rui Ferreira Vieira de Sá é indicado pela Somague, um dos accionistas de referência da SAD, depois de a empresa ter comprado a participação da Aplicação Urbana.
    Segundo comunicado do clube no seu site oficial, a recondução de Pinto da Costa na presidência da SAD teve voto unânime dos accionistas presentes, representando 60,7 por cento do capital da sociedade.
    Foram reconduzidas, ainda, as seguintes presidências: Matos Fernandes (Assembleia Geral), Nunes de Almeida (Conselho Fiscal) e Alípio Dias (Comissão de Vencimentos e Conselho Consultivo).
    Relativamente ao órgão consultivo, foram feitas alterações, com destaque para a entrada de Fernando Gomes (ex-presidente da Câmara do Porto e administrador da GALP) e Rui Moreira (presidente da Associação Comercial do Porto)